[CRÍTICA SEM SPOILERS] Coringa



Coringa, esse filme polêmico e aclamado, dirigido e escrito por Todd Phillips, o mesmo de Se Beber, Não Case.  Na época que saiu a matéria falando que iam fazer o filme de origem do personagem, admito que fiquei com pé atrás, ainda mais que não iria ter o Batman.  Mas depois que saiu as imagens e trailers, percebi que poderia ter coisa boa.  E sim, o resultado final foi surpreendente. Ainda com a atuação do Joaquin Phoenix, com sua ótima performance, fazendo o personagem mais humano. A história como muita gente sabe, é sobre Arthur Fleck, comediante falido que vive numa sociedade tóxica, ele mora em um apartamento com sua mãe doente.

Não há dúvidas que o diretor se inspirou em Taxi Driver, também não é a toa que Martin Scorsese está na produção, já que esse clássico foi dirigido por ele.  No filme podemos ver exatamente como Fleck pensa e reage. Você entra na cabeça do personagem, você vive o personagem. Logo no começo já  senti pena dele. Não tinha como.  E uma das coisas que mais me chamou atenção foi a fotografia, dando ar de sujo. Tnha momentos que  esquecia que era Gotham e achava que era Nova York mesmo, na década de 80.  E como as cores falam alto, há momentos que mostra alegria, tristeza. Tava muito nítido na mudança de cor. Acho que posso falar sobre as cores quando eu fizer comentário sobre análises. 

Uma das coisas que reparei foi quando o Phillips estava escrevendo o roteiro e bebeu da fonte da graphic novel de " A Piada Mortal", que também conta a história de origem do Coringa.  Claro que não foi só essa, tinha umas pequenas referências. Se não leu ainda, recomendo.

Antes de assistir o filme, tinham me falado que  era perturbador, e sim, é perturbador e bem violento. Afinal, estamos falando de um dos maiores vilões de todos os tempos. Tem que ser violento, perturbador. O personagem tem problemas mentais .  As mortes são pesadas e bem realistas, fazendo que o espectador se sinta desconfortável. Mas não é violência gratuita, é tudo dentro do contexto. E que bela construção de personagem, tudo que vai acontecendo, ele vai ficando cada vez mais perturbado, até que chega uma hora e explode, que é o ponto dele ser o Coringa, quando ele se torna realmente um psicopata. As expressões do Phoenix, a mudança do andar, a maneira que ele começa a ser mais feliz e seguro.  Tudo excepcional.  E sempre que penso no filme, gosto cada vez mais. E ainda deixa aquele gosto de quero mais. Mas nós sabemos que não vai ter continuação, o  diretor deixou isso bem claro. Até prefiro, porque achei o roteiro tão amarrado e tão bem contado, que nem precisa.  Se fizer mais, estraga. Deixa esse quieto, porque com certeza que esse filme será um clássico.


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